2014-10-20

Kakakakaká … um dia a mais ! - Vienna, Austria

Vienna, Austria

Meninos e meninas, vou contar uma coisa, mas vocês estão TERMINANTEMENTE proibidos de rir ou gozar dos seus velhos "PÓIS" !!! Tá certo, estamos entendidos? Senão vai ter castigo! Rsrsrsrsrsrs. Ontem, já deixamos tudo esquematizado para deixar o hotel de manhã, mas, antes disso, queríamos aproveitar algumas horas da manhã para conhecer o “Manner”, uma loja de waffles que a Deia nos recomendou, bem na praça Stephansplatz, numa esquina. Tudo combinado, acordamos um pouco mais tarde, pois fiquei até de madrugada no blog. Antes de descer, o Pade quis ver seus e-mails e o blog que eu tinha feito. Até aí, tudo certo. Depois, abri o meu para ver se alguém já tinha comentado algo e vejo um e-mail do Hotel “SKARITZ Hotel & Residence”, de Bratislava. Estranhei, mas abri para ver o que era. Eles estavam se desculpando, pois houve algo (não sei o quê) e nos alocaram para um outro hotel do mesmo nível, e, para se desculpar, vão nos pagar o táxi até o hotel. Puts... que legal, pensamos. Aí a gente dá uma olhada na data: 14 de maio... (?!?!?!) como assim? Mas erramos? Tinha que ser 13 de maio!!! E agora? Vou nas cópias do Booking e vejo que realmente é dia 14. Nossa... deu zebra! Tomamos tanto cuidado em SP para verificar, dezenas de vezes, se tudo estava OK!!! Olhei no site do Booking para verificar todas as minhas reservas... e realmente elas estavam corretas. Mas hoje é 13 ou 14 de maio? Não, é 13... gelamos, mas as outras reservas estavam certas... quando a gente se dá conta que aqui em Viena a gente tinha 4 noites, e não 3!!! Puts, que bênção este e-mail, na hora da saída! Já imaginaram a gente fazer checkout, chegar até a rodoviária e não era o nosso ônibus??? Que mané!!!
No final, deu tudo certo. Acho que a idade está contando muito agora!!! Perdemos 1 trem por causa de 1 seg de atraso e iríamos perder um dia inteiro, por distração!!! Mas tudo acabou bem. Ficamos felizes de termos mais um dia por aqui. O dia amanheceu frio e chuvoso, não muito, mas o suficiente para pegar o casacão e guarda chuva. Passado o susto, saímos e, em vez de irmos para o metrô que a gente estava acostumados, fomos do outro lado para tentar ver se era mais perto ou não. E nos deparamos com um parque de diversões, o Prater. Em 1766, o imperador Joseph II abriu o parque ao publico e construiu uma roda gigante de 65 metros de altura. A gente encontrou de tudo... parece aqueles parques infantis do interior. Mas é bem grande e tem muitas coisas para se fazer. É o bisavô da Disneylândia... Vimos que o metrô U1 da estação Pratersplatz era bem mais perto do hotel do que a outra, Nestroyplatz. E o tempo todo, a recepcionista nos mandava ir pela mais longe! Deve ter uma explicação!
Nosso plano para hoje? Não tínhamos ainda, para dizer a verdade. Fomos até a Catedral, atrás do Manner, e logo de cara o achamos. Tinha uns biscoitinhos de degustação, e uma variedade enorme de waffles lá dentro de tudo quanto é jeito. Umas placas enormes, como a que o Beto trouxe na sua viagem passada. Tudo muito bonito e bem embalado. Compramos um pacotinho pequeno, pois não me atrevi a comprar muito por causa da viagem que ainda falta. De lá, já era meio dia, fomos procurar os cafés recomendados para almoçar. E, no meio das andanças, acabamos descobrindo outras belezas arquiteturais. A chuva não caía mais e aos poucos o tempo foi se abrindo – muito aos poucos, diga-se de passagem (rsrsr).
Demos a volta na Catedral e descobrimos que em toda volta há esculturas e pinturas. Inesperado, realmente, pois a frente é tão chamativa que não havíamos lembrado dos fundos! Muito lindo e vale a pena ver de perto. Logo em frente, tem uma loja que eu fiquei apaixonada, são bibelots todos pintados de um tipo de metal vazado com vários temas... Achei muito mimoso. Andando mais um pouco, fomos pela Avenida Graben e encontramos uma praça com a Coluna da Peste, de estilo barroco, simbolizando o fim da epidemia da peste. Muito grande, elaborada com elementos dourados (fim do séc 17). Atrás, fica a Igreja de St Peter.
A rua Kohlmarkt parece ser a rua especial de Viena, pois tem tudo quanto é marca famosa internacional aparece lá. Estávamos a procura do Café Lehman (o qual não achamos, na realidade), quando nos deparamos com uma vitrine de um restaurante com muitos camarões, lagostas e lagostins! Cara ótima e apetitosos! Não tivemos dúvidas, entramos e um indiano (por saber inglês) nos serviu, com muita atenção: Paella, cocktail de camarão, camarão empanado, 2 lagostins e 2 taças de vinho branco. Tudo uma delicia, realmente, e eu bebi 1/3 do meu copo de vinho... isso foi minha desgraça... acabou comigo... fiquei mole... como nunca fiquei!!! Cheguei a uma simples conclusão: Só posso beber vinho francês e na França! Rsrsrsrs. Passamos com a Mami, Mme Tirard, Liliane 15 dias tomando vinho, almoço e jantar, não me deu nada!!! Preciso me instalar na França! (Rsrsrsr).
Depois de algum tempo, consegui me levantar e ir até o Café Demel para uma bela sobremesa e o Zuco um café creme. Lá, fechadas por um vidro, as pessoas que fazem os docinhos e os bolos. A gente pode ver a turma trabalhando. Mas o lugar não é cinematográfico. Bem pequeno; para passar, é preciso pedir licença! Na vitrine, havia um ovão trabalhado, tipo daqueles famosos “Fabergé”. Eles têm doces muito bons mesmo, especialistas! Achei lindos os vidros da porta principal, todos jateados com motivos lindos.
Lá pelas 4 da tarde, tempo ainda fechado, quando passávamos novamente pelo Hofburg, um daqueles caras vestidos de cretinas roupas e peruca do século XVIII, que ficam perambulando pelas ruas vendendo ingressos micados, veio nos oferecer algumas opções de espetáculos. Um deles nos chamou a atenção: show de valsas! Nosso tempo em Viena estava nos finalmente e ainda não tínhamos ouvido sua música mais típica... Depois de fazer ... doce, compramos ingressos para as 20:30, no Wiener Konzerthaus. Como no dia anterior viemos com chuva, nem deu para reparar na beleza deste prédio! Fantástico! O Hofburg, ou Palácio Imperial de Hofburg, é um grandioso palácio. Tem as suas origens num castelo-fortaleza medieval, datado do século XIII, sendo continuamente ampliado até ao início do século XX. O Hofburg fica voltado para a Heldenplatz, executada pelo imperador Francisco José. Foi a residência oficial e centro do poder dos Habsburgo, soberanos da Áustria entre 1278 e 1918, que o usaram como sua principal residência de Inverno, enquanto o “Schloss Schönbrunn” era o seu palácio preferido para o Verão. Entre as personalidades históricas que nasceram no Hofburg destaca-se Maria Antonieta, em 1755.Com mais de 2.600 salas e ocupando uma área de 20 hectares, a sua grandiosidade arquitetônica e os seus grandes jardins dominam a paisagem da região central de Viena. Atualmente, o vasto complexo abriga a Biblioteca Nacional Austríaca, a Escola Espanhola de Equitação, os gabinetes do presidente da Áustria e museus, dentre os quais se destacam as alas preservadas dos antigos aposentos imperiais, as salas usadas durante o Congresso de Viena e a coleção de tesouros sacros e obras de arte acumuladas pelos Habsburgo durante os quase sete séculos de reinado. Na Burgkapelle, antiga capela privativa da corte, construída no século XIII, apresentam-se todos os domingos os famosos Pequenos Cantores de Viena. Bem frente tem um tipo de escavação conservada de ruínas romanas. E carruagens mil que ficam desfilando para cá e para lá, as vezes com gente outras, sozinhas.
Em frente ao Hofburg há uma igreja pequena, a St Michaeler Kirsche. Ela esta em restauração e tivemos que dar uma volta, entrar numa galeria para poder achar a entrada. Outra de estilo barroco dos anos 1700. Impressionante como em pouco tempo tantas igrejas barrocas foram feitas! E quantos artistas eles tiveram para poder fazer todo este trabalho!!! Inimaginável. Ela possui diversos estilos, representando suas diversas fases de construção. Base romana (nave central e transepto), depois vem a fase Neo-Clássica (fachada), e a seguir Gótico (capelas dos lados).
Passamos pelo Museu Albertina – museu de Imprensa –, que tem uma enorme escadaria. Pintada nela, uma lebre linda. Trata-se da reprodução de uma famosíssima gravura de 1500, de Albrecht Dührer, gênio renascentista alemão, cujo original encontra-se ali exposto. Não sabemos o porquê deste "coelho" na escadaria, mas dá um efeito super legal de se ver de longe. Pena que está sempre cheio de turistas subindo e descendo, mas esta é sua função, afinal das contas!
Andando mais um pouco, passamos em frente do Café Sacher (outro das indicações dadas); era só para dar uma olhadela dentro, mas acabamos sendo interpelados pela recepcionista e ela nos fez entrar. Tínhamos tentado entrar no primeiro dia, mas como estava chovendo, TODOS os turistas quiseram entrar lá! Rsrsrs. Antes de sentar no salão, precisamos passar pela “chapelaria” para deixar meu casaco (pedem gorjeta para isso!), pois lá tudo é muito pequeno e atrapalharia um bocado. Comi a verdadeira Torta Sacher, no café que inventou esta iguaria. Muito bom mesmo, mas o salão não está com nada. Mil vezes o do Café Central! O mais gozado disso é que, na hora de pagar a conta, a pessoa te pergunta sobre o “tip”, ou seja, quanto você vai dar de gorjeta! Achei muito estranho, como nós não costumamos dar normalmente, ficou chato demais. Local não é lá estas coisas. O Central ainda ganha de mil!
Preciso registrar algo bastante chato. Desde ontem, nossos cartões de crédito estão dando problemas. Não conseguimos detectar o problema, pois em algumas lojas ele passa e em outras não. Ainda bem que estamos em dupla e possuímos 2 bandeiras cada.
O dia tinha acabado de acordar! Por incrível que pareça, o sol surgiu do nada! Aproveitamos para ir a um lugar que se chama Belvedere, nome dado a 2 palácios - hoje museus - e respectivos jardins. Não sabíamos ao certo o que iríamos encontrar, mas, com este nome, só pode ter uma linda vista. Pegamos o tram D na frente do Teatro da Ópera: que deslumbre! No dia que fomos assistir a ópera, não tínhamos visto esta belezura de teatro! Deu para a gente observar bem sua linha. Continuo afirmando que é uma pena esta cidade tão linda ser tão poluída visualmente. A gente não consegue tirar uma foto sequer sem ter na frente mil bobagens!
O Palácio Belvedere (Schloss Belvedere) é um palácio barroco construído pelo príncipe Eugênio de Saboia. O complexo é dividido em duas partes: Belvedere Inferior e Belvedere Superior. O Belvedere Inferior foi inaugurado em 1716 e construído pelo arquiteto L.von Hildebrandt com a assistência do escultor Giovanni Stanetti. De 1720 a 1723, foi construído o Belvedere Superior, novamente por J.L. von Hildebrandt. O complexo foi vendido a Maria Teresa da Áustria pelos herdeiros do príncipe. Maria Teresa deu o nome ao lugar de Belvedere, que em italiano significa Bela Vista. Subsequentemente, o palácio foi ampliado. Desde 1775, o Belvedere tem abrigado a galeria real em nome de José II da Germânia e, em 1806, a coleção do Schloss Ambras foi colocada no Belvedere Inferior. Ambas as coleções foram transportadas para o Museu de História da Arte. O último nobre a morar no local foi o Arquiduque Francisco Fernando. Desde a Primeira Guerra Mundial, o Belvedere também é um museu (Österreichische Galerie Belvedere). O edifício sofreu danos durante a Segunda Guerra Mundial, mas foi reconstruído. Não entramos nele, mas, por fora, ele é simplesmente maravilhoso! Elegante, bem contornado e adornado, majestoso... Acho mesmo que ele ainda estava em fase de complementação, pois na primavera são plantadas as florzinhas que dão este aspecto tão encantador. Lugar muito agradável. E realmente tem-se uma vista parcial da cidade de Viena muito boa. Não chega a ser uma vista panorâmica, mas dá para ter-se uma ideia. Gostamos muito do lugar.
Voltamos com o mesmo Tram D, e descemos na praça Schwarzenbergplatz. Lindos prédios, para variar. Como era cedo, ficamos passeando pelas redondezas e admirando esta linda cidade! Demos uma parada estratégica no McDonalds. Num prédio maravilhoso. Lá tinha wi-fi e banheiro de graça. Descansamos por um pouco e, dando 19hs, Zuco comeu um big mac, com batatinha frita e uma coca, e lá fomos nós para o teatro.
Comentário negativo do Pade: o Guia Michelin tem sido nosso companheiro constante, desde nossa lua de mel, há 41 anos. Mas ele desvaloriza e mesmo ignora todo luxo, requinte, arte e bom gosto existente fora do limitado hexágono francês, particularmente na Alemanha e na Áustria. Isso me lembra uma anedota que ouvi, ainda no meu curso primário, sobre um estudante que, ao ser solicitado a descrever o elefante, como nunca havia visto um, simplesmente escreveu: “L'éléphant n’éxiste pas...”. Nota “Zero” para os avaliadores do guia...
O Wiener Konzerthaus é, na verdade, um complexo de 6 teatros, todos eles com, pelo menos, 2 espetáculos diários, lotadaços. Localizam-se num prédio do século XIX, de bela fachada (para variar), com interior surpreendentemente sóbrio para os padrões locais e de estilo modernoso. Nossa sala – Mozart-Saal – era a menor de todas, com 250 lugares.
A orquestra – Wiener Horfburgorchester – composta de mais de 30 músicos, é muito boa, bem tradicional e especializada em música vienense. Foi fundada em 1971 pelo velhote que ainda faz as vezes de maestro (Gert Hofbauer), o qual é também um showman bem humorado e chegado ao público. Quatro cantores (soprano, mezzo soprano, barítono e um tenor (muito bom) também são parte do elenco. O espetáculo, eletrizante, durou hora e meia, direto, sem intervalo. O repertório, bem popular, – um misto de festa de formatura e de acompanhamento de cinema mudo (que me fez lembrar o Vô Braz regendo a Orquestra dos Irmãos Martorelli, no velho Cine Casino, em São Manuel, nos anos 30). Foram executadas, dentre outras: as valsas do Imperador e Danúbio Azul (penúltima música executada, que levantou o público); “Sinfonia do Brinquedo” de Leopold Mozart (pai do filho, Wolfgang Amadeus, bem mais famoso); 2 árias da Ópera “As Bodas de Fígaro”, de Mozart (“Voi che Sapete” e “Non più Andrai”), além do dueto “Papageno-Papagena”, da Ópera “A Flauta Mágica”; Polka “Tritsch-Tratsch”, além de árias, duetos e quartetos das operetas “O Morcego” e “O Barão Cigano”, de Strauss. Encerrando o programa, a apoteose: a “Marcha Radetzky”, de Strauss, com vibrante participação do público – inclusive “n” chineses... – acompanhando descontraídos maestro e orquestra com palmas. Despedida inesperada de Viena e ainda com chave de ouro!

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