2013-10-09



Banca
Contemporâneo
Resenhas da Sueli Jansen



Eu tenho uma dívida de gratidão enorme com Nora Roberts, e talvez seja por isso que tenho muita dificuldade em  resenhar os seus livros. Portanto, peço a você leitor, um pouquinho de compreensão. Para mim, independente da qualidade da trama, todos os seus livros são ótimos, e não foi diferente com Fruto do Pecado.

Só vou discordar da tradução do título do livro. Aliás, quase sempre os títulos nacionais deixam muito a desejar, não é mesmo? E o título Fruto do Pecado, definitivamente nem chega perto das questões e da trama dessa obra deliciosa. Acredito que Boundary Lines, poderia ter um título mais inspirado em português. Sem contar que a revisão poderia ser mais carinhosa com os livros da nossa Diva.

Claro que li o livro em pouquíssimo tempo, como sempre acontece em se tratando de Nora Roberts. É algo incontrolável,  tipo: só mais um capítulo. E depois: só vou ler até terminar essa cena. E quando eu penso que posso fechar o livro e dormir sossegada, lá vem aquela “larica” que me impede de conciliar o sono e lá vou eu terminar a leitura durante os primeiros raios de sol, ficar o resto do dia sonhando com esses homens incríveis, que só a Nora Roberts pode nos dar.

Lendo esse romance, vemos as características que determinaram as personalidades de seu casal mais famoso, Roarke e Eve Dallas. Sim! É isso mesmo, em Aaron e Jillian encontramos muitos pontos em comum com esses personagens maravilhosos, pois com Nora Roberts não existe a menor possibilidade de termos heroínas que se conformem com o papel de vítima, algo muito comum na maioria dos romances que lemos. E Aaron não fica nem um pouquinho atrás. Ele vai fazer muita gente boa gaguejar, da mesma forma como ele gaguejou por Jillian. Sem contar que Fruto do Pecado, publicado em 1985, deve ter sido o ponto de partida para a belíssima história de O Testamento, publicado em 1996.

As meninas de Nora Roberts são mulheres fortes, independentes, batalhadoras e muito inteligentes, com línguas afiadíssimas, assim como imagino que seja a própria criadora dessas mulheres fascinantes.

Fruto do Pecado começa com um encontro dos protagonistas em um lugar que ambos consideravam especial, mas que por algum mistério, jamais haviam se encontrado anteriormente. Nora Roberts nos vende a ilusão de amores verdadeiros e instantâneos, além de que o cheiro de couro e suor é sedutor agradável. E você compra essa ideia!

Nosso casal, por circunstâncias da vida, estava administrando fazendas vizinhas, e suas famílias eram inimigas mortais há quase um século. Mais clichê impossível, porém se Shakespeare pode fazer isso em Romeu e Julieta, por que não a Diva? A frase do Bardo define perfeitamente o conflito principal do livro:



Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio.

Após a morte de seu amado avô, Jillian ficara responsável pela fazenda. Sozinha, e sem ninguém em quem pudesse se apoiar, quando descobriu estar sendo vítima de um dos crimes mais comuns a todos os criadores de gado até os dias atuais, o roubo de gado.

Aaron, após aquele encontro explosivo à beira de uma lagoa, na fronteira entre as duas fazendas, não consegue esquecer aquela mulher linda, ruiva e de olhos verdes, que além de tudo é proprietária de uma égua, chamada Dalila, que seria perfeita para o seu garanhão chamado Sansão. Estão percebendo a insinuação do erotismo por aqui? Pois é! A Nora é assim... Faz umas analogias intrigantes e muito óbvias, mas que não deixam de ser encantadoras. É impossível ler seus primeiros romances sem um sorriso nos lábios...

Mas voltando à vaca fria, ou mais precisamente, ao gado roubado. A moça fica na pior, e é aí que entra aquele cowboy gostosão para dar uma ajudinha... Mas se você está pensando que a Jillian vai aceitar de prima, está muito enganado. A menina castiga o rapaz! Entretanto ela é dura na queda, mas não é boba. Aceita a ajuda, além de concordar com o cruzamento de sua égua com o garanhão. Claro que vai ter muito lero-lero, muito quero-não-quero, mas aí já está rolando uns beijos selvagens, uns amassos no sofá, e a gente, do lado de cá, adorando, porque Nora é assim, sedutora e muito elegante nas cenas sensuais. Nada explícito, mas bem quente.

A atração entre os dois é poderosa e Jillian pressente o perigo que Aaron representa para ela, e tem medo de se machucar novamente, aí vem a pergunta de um milhão de dólares: Existe mulher esperta o suficiente para reconhecer um homem perigoso, e se afastar a tempo?

A verdadeira essência de Jillian estava adormecida e Aaron, com seus beijos ardentes, desperta sensações que nem ela imaginava que tivesse. Isso faz com que ela fraqueje, e agora nosso cowboy terá que laçá-la completa e definitivamente. Pois já que Jillian tinha o poder de dominar o amor de Aaron, seria ela capaz de deixar que o amor que sentia a dominasse?

Nenhuma dúvida que o final é feliz, pois se trata de um livro para “adultos carentes” em maior ou menor grau. Para adultos que não tenham a vergonha de se divertirem com livros agradáveis, de autoras generosas com o seu público e com charme para dar e vender.

Sinopse:

Desde que as linhagens Baron e Murdock declararam guerra, nada fora capaz de promover a paz entre elas. Até que Jillian Baron e Aaron Murdock encontraram um inimigo em comum que os obrigou a unirem forças, deixando de lado antigas rixas. Mas outra batalha surgiu no coração de ambos quando a proximidade forçada fez nascer um sentimento maior… Estariam Jillian e Aaron dispostos a cruzarem a fronteira que separava suas famílias em nome do amor?

Abaixo a capa em inglês.

Cotação:

Sueli Jansen é aposentada e depois de muitas perdas em sua vida, se livrou da depressão através da literatura romântica. Passeando pelo sebo de sua cidade, se apaixonou pelo título "Lágrimas da Lua", segundo volume da famosa trilogia de Nora Roberts. A autora apresentou um novo mundo à essa mulher, que até então desconhecia: os livros com garantia de final feliz. A partir daí, essa leitora compulsiva se recusa a sofrer por opção.

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