2014-05-23

iG São Paulo

Apenas uma das vítimas fatais era soldado, afirmou o ministério da Defesa; Putin diz que Rússia reconhecerá as eleições no país

A Rússia vai reconhecer o resultado da votação presidencial da Ucrânia, prometeu o presidente Vladimir Putin nesta sexta-feira (23), expressando sua esperança de que o novo líder ucraniano vai suspender a operação militar contra os separatistas no leste.

Putin: Ucrânia vive uma verdadeira guerra civil

Segunda: Putin ordena retirada de parte das tropas da fronteira com Ucrânia

Mas os confrontos entre pró-Rússia e as forças do governo parecem estar longe de tr um fim. Nesta sexta, novos confrontos mataram mais de 20 rebeldes e um soldado, de acordo com o ministério da Defesa da Ucrânia. Repórteres da AP viram outros três corpos na região.

Ao menos 500 insurgentes atacaram um comboio de tropas do governo em um confronto que durou várias horas, na quinta, e matou 20 rebeldes fora da aldeia oriental de Rubizhne, disse o ministério. Ele também afirmou que um soldado foi morto na manhã desta sexta perto da mesma área que insurgentes emboscaram as tropas ucranianas.

Esses dados referentes à região de Luhansk – que se declarou independente de Kiev – não pôde ser confirmada de forma independente. Também não ficou imediatamente claro por que relatos de um conflito dessa magnitude em uma área tão grande demorou mais de um dia para ser divulgado.

Após referendo: Ucrânia aceita negociar, mas sem a presença de insurgentes

Em Kiev, o presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, pediu a todos os eleitores para participem da votação decisiva no domingo (25) para “consolidar a fundação de nossa nação.” No entanto, era incerto se qualquer votação poderia ocorrer no leste da Ucrânia onde, além dos confrontos, boicote e ameaças contra funcionários eleitorais parecem interromper as eleições.

Jornalistas da AP viram três mortos nesta sexta na região Donetsk oriental, outra área que declarou sua independência. Um líder rebelde disse que mais 16 pessoas morreram em lconfronto – dez soldados, quatro rebeldes e dois civis, mas não havia nenhuma maneira imediata de verificar essa declaração.

Veja fotos da ocupação russa na Ucrânia



Militante mascarado pró-Rússia organiza o trânsito em posto de controle após ataque das tropas ucranianas em Slovyansk (24/4)

Foto: AP



Atiradores mascarados pró-Rússia guardam entrada de escritório regional ucraniano do Serviço de Segurança em Luhansk com bandeira russa ao fundo (21/4)

Foto: AP



Ativista mascarado pró-Rússia guarda barricada em prédio da administração regional capturado em Donetsk. Cartaz diz: ‘EUA, tirem as mãos do leste da Ucrânia’ (19/4)

Foto: AP

Ativista mascarado pró-Rússia olha para o lado de fora de janela em prédio da administração regional de Donetsk, Ucrânia (18/4)

Foto: AP

Atirador pró-Rússia abre caminho para veículo de combate com homens armados em seu topo em Slovyansk, Ucrânia (16/4)

Foto: AP

Ativista mascarado pró-Rússia guarda barricada em prédio da administração regional em Donetsk, Ucrânia (15/4)

Foto: AP

Ativista pró-Rússia é visto durante invasão de delegacia na cidade de Horlivka, leste da Ucrânia (14/4)

Foto: AP

Ativistas armados pró-Rússia ocupam a delegacia de polícia no leste da Ucrânia, na cidade de Slaviansk (12/04)

Foto: AP

Ativistas pró-Rússia ocupam delegacia de polícia e constroem uma barricada na cidade ucraniana oriental de Slovyansk (12/04)

Foto: AP

Homens armados não identificados caminham em área perto de unidade militar ucraniana em Simferopol, Crimeia (18/3)

Foto: AP

Soldado armado, provavelmente russo, anda perto de uma base militar ucraniana na aldeia de Perevalnoye (9/3)

Foto: Reuters

Um homem armado, que se acredita ser um soldado russo, anda perto da base naval ucraniana na Crimeia, no porto de Yevpatory (8/3)

Foto: Reuters

Marinheiro observa navio inativo Ochakov, que foi afundado por tropas russas e bloqueou o tráfego de cinco embarcações ucranianas em Myrnyi, oeste da Crimeia, Ucrânia (6/3)

Foto: AP

Criança brinca perto de soldado russo (D) enquanto soldados ucranianos observam do outro lado do portão de base em Perevalne, Crimeia (4/3)

Foto: AP

Soldado pró-Rússia bloqueia base naval na vila de Novoozerne, Crimeia, na Ucrânia (3/3)

Foto: AP

Grupo de homens armados sem emblemas em uniformes cortam luz do Quartel-General das forças navais ucranianas em Sevastopol, Crimeia, Ucrânia (2/3)

Foto: AP

Comboio russo se move de Sevastopol para Sinferopol na Crimeia, Ucrânia (2/3)

Foto: AP

Homem com uniforme sem identificação monta guarda enquanto tropas tomam controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, em Sevastopol (Crimeia), na Ucrânia (1/3)

Foto: AP

Emblema em veículo e placas de outros carros indicam que tropas são do Exército russo (1/3)

Foto: AP

Homens armados não identificados e vestidos com uniformes de camuflagem bloqueiam a entrada do prédio do Parlamento da Crimeia em Simferopol, Ucrânia (1/3)

Foto: AP

Homens armados não identificados bloqueiam entrada de Parlamento da Crimeia em Simferopol, Ucrânia (1/3)

Foto: AP

Homem armado não identificado com uniforme de camuflagem bloqueia estrada que leva a aeroporto militar em Sevastopol, na Crimeia

Foto: AP

Soldados em uniformes sem identificação montam guarda durante tomada de controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, Crimeia, na Ucrânia (1/3)

Foto: AP

Soldados em uniformes sem identificação montam guarda durante tomada de controle de escritórios da Guarda Costeira em Balaklava, Crimeia, na Ucrânia (1/3)

Foto: AP

Soldados em uniformes sem identificação montam guarda nos arredores de Sevastopol, na ucraniana Crimeia

Foto: AP

Homem com uniforme sem identificação patrula aeroporto de Simferopol, na Ucrânia (28/2)

Foto: AP

Pesquisa: Ucrânia é mais leal à Europa do que aos russos

Durante entrevista em fórum de investimento na Rússia, Putin disse que o país irá “respeitar a escolha do povo ucraniano” e vai trabalhar com a nova liderança do país. Ele disse que a Rússia quer que a paz e a ordem sejam restaurados na nação vizinha.

Recuo das tropas

A Rússia declarou estar retirando as tropas e equipamentos militares das regiões que fazem fronteira com a Ucrânia, mas a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) disse que uma grande “força coercitiva” continua no local.

Uma retirada de forças na divisa poderia amenizar as tensões na véspera da eleição presidencial ucraniana no domingo, que Estados Unidos e União Europeia esperam fortalecer o combativo governo central. Moscou não cumpriu promessas anteriores para retirar as tropas da fronteira com o leste da Ucrânia, onde separatistas pró-Rússia declararam independência em algumas regiões.

A Ucrânia e seus aliados ocidentais veem as tropas como forças invasoras em potencial, dadas as declarações de Moscou de que tem o direito de intervir no seu vizinho ex-soviético para proteger os ucranianos falantes de russo.

Presidene ucraniano: Referendo no leste da Ucrânia é passo para ‘abismo’

Um general da Otan disse na quinta-feira que a Rússia está movendo as tropas, mas que a dimensão da manobra não está clara e que as forças próximas da fronteira continuam sendo uma ameaça em potencial.

“A força que permanece na fronteira é muito grande, é muito capaz e mantém uma postura muito coercitiva”, afirmou o general da Força Aérea dos EUA, Philip Breedlove, comandante aliado supremo da Otan na Europa, em uma entrevista coletiva à imprensa.

A aliança atlântica estimou o número de soldados russos na fronteira em 40 mil, mas Breedlove disse ser cedo demais para determinar o seu tamanho atual. O ministério de Defesa russo declarou na quinta-feira que 15 aviões de transporte e 20 trens levando pessoal e equipamento militar saíram das províncias fronteiriças de Rostov, Belgorod e Bryansk depois de finalizar exercícios militares na região. A pasta não revelou quantas tropas estavam sendo retiradas nem quantas permanecerão.

“A movimentação de unidades é contínua rumo às estações de embarque, agora que finalizaram os exercícios planejados e testaram o preparo militar em condições reais”, informou um comunicado do ministério.

O Pentágono confirmou algum movimento de recuo das forças russas na fronteira, mas disse se tratar de uma cifra pequena até o momento e se recusou a dar estimativas.

O embaixador dos EUA na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Daniel Baer, disse que o seu país elogiaria a retirada das tropas, mas observou que a movimentação atual não é suficiente para confirmar um recuo total das forças. Ele ainda criticou os planos da Rússia de realizar “exercícios” aéreos perto da fronteira ucraniana em 25 de maio, mesmo dia da eleição presidencial na Ucrânia.

*Com AP e Reuters

Show more