2013-09-18

A Fotografia ocupa, já há algumas décadas, espaço cativo nos principais Museus e Coleções de Arte do mundo. A sua valorização também é espantosa: a fotografia mais cara da história, “Rhein II”, de 2009, do alemão Andreas Gursky, foi vendida em 2011 por mais de 4,3 milhões de dólares. Levando em conta que a fotografia, em relação à pintura, é ainda um bebê, fica clara a possibilidade de ela ser um investimento de altíssima rentabilidade.

A Fotografia Fine Art tem uma característica que a distingue de outros investimentos tradicionais: o fator “prazer estético”. Ou seja, mesmo que tudo dê errado, e um artista não se valorize tanto no mercado, o proprietário continuará apreciando uma bela obra de arte.



“Rhein II”, de Gursky, até 2013, a fotografia mais cara da história.

Há quem compre fotografia artística somente como investimento, não considerando tanto seu apreço pela obra, mas sim, a possibilidade de o artista ser valorizado no futuro, trazendo-lhe lucro. Há, por outro lado, quem compre uma obra de arte porque se identificou com ela, porque foi arrebatado pela sua beleza, e está disposto a pagar para tê-la em sua sala, mesmo que não tenha retorno financeiro no futuro; seria algo como pagar para sair em um bloco de carnaval ou assistir a um mega-show.

O grande diferencial da Fotografia Fine Art, contudo, é poder conciliar investimento com prazer estético: comprar uma obra que agrada aos olhos, e que, ao mesmo tempo, pode render bons lucros num futuro não tão distante assim.

Podemos pegar os exemplos dos fotógrafos brasileiros Vik Muniz e Alberto Morell, que tiveram suas obras bastante valorizadas no mercado internacional, em relativamente pouco tempo. Outra característica importante deste tipo de fotografiaé que grande parte dos seus expoentes ainda estão vivos, ao contrário dos grandes gênios da pintura. Isso significa que não precisamos deixar os lucros dos nossos investimentos em Fotografia Fine Art como herança para os nossos descendentes, mas colhê-los ainda em vida.



“Painel Urbano”, Tiago da Arcela.



“Painel Rural”, Tiago da Arcela.

Em termos de mercado, a Fotografia Fine Art não funciona muito diferente de outros tipos de investimento. Assim, se na bolsa de valores as ações de empresas mais sólidas e reconhecidas costumam trazer menos riscos, o mesmo ocorre no mercado de Arte, onde fotógrafos com carreiras já estabelecidas costumam não trazer muito risco.

Por outro lado, umas das mais básicas regras dos mercados diz que quanto maior o risco, maior a possibilidade de grandes lucros. Na bolsa, as pequenas/novas empresas, geralmente, trazem mais medo ao investidor: o preço das ações pode despencar da noite para o dia, ou a empresa pode, simplesmente, quebrar. Contudo, são essas empresas de risco que protagonizam as maiores histórias de lucros estratosféricos no mercado financeiro.

“Andy de Fusca”, Tiago da Arcela.

No mercado de arte, as pequenas/novas empresas seriam os artistas em início de carreira, aqueles ainda não firmemente estabelecidos no mercado, ou aqueles cujos preços estão sub-valorizados. A grande vantagem é que, se você comprar uma fotografia de um artista emergente, e, na pior das hipóteses, a carreira dele estagnar, você continuará tendo a obra de arte em casa. No caso da bolsa de valores, quando uma empresa pequena “quebra”, o acionista vê seu dinheiro virar pó.

Se o investimento nos artistas top do mercado não traz tanto risco, ele também traz possibilidades menores de lucro, já que o próprio preço de compra será alto. No caso de um fotógrafo que está entrando no mercado, as possibilidades de grandes valorizações são muito grandes, pois o preço é bem menor. Numa matemática simples, uma fotografia comprada a mil reais, que venha a custar 10 mil reais em cinco anos, terá se valorizado incríveis 1000%. Com certeza, são poucos os investimentos que trazem tal rentabilidade.

“Só”, Tiago da Arcela.

Se você está iniciando no mercado de arte, os primeiros passos, certamente, são visitar exposições e conhecer mais sobre o tipo de arte e artistas que pretende comprar. Analise a história dos artistas que estão sobre seu foco, sua formação, participações em salões, prêmios conquistados, idade ( como no futebol, em geral, quanto mais jovem, maior a possibilidade de “comprar barato e vende caro”) e perspectivas de crescimento futuro. Se quer investir em novos artistas, uma pergunta é fundamental: “Será que esse fotógrafo continuará sendo fotógrafo nos próximos 30, 40 anos?”

A internet é um prato cheio para tal aprendizado, mas não dispensa contatos “reais” com artistas, galeristas, marchands, colecionadores e consultores que podem prestar valiosa orientação sobre em quem, quanto e quando investir em arte.

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