2016-02-12

O MPF-SP (Ministério Público Federal em São Paulo) denunciou o delegado aposentado da Polícia Civil Alcides Singillo, 83, à Justiça pelo crime de sequestro que teria sido praticado em 1975, durante a ditadura militar. A vítima foi o líder camponês maranhense Manoel Conceição Santos, 81, que ajudou a fundar o PT em 1980. No caso em questão, ficou preso "ilegalmente" entre os dias 28 de outubro e 11 de dezembro de 1975. Ele foi solto na época graças a um pedido do papa Paulo 6º.
A denúncia foi protocolada no último dia 4 e distribuída para a 1ª Vara Criminal Federal da capital paulista.
Singillo integra a lista de 377 pessoas apontadas pela Comissão Nacional da Verdade como responsáveis diretas ou indiretas pela prática de tortura e assassinatos durante o regime militar (1964-1985). A defesa do delegado aposentado afirma esperar que a Justiça Federal rejeite a denúncia, com base na validade da Lei da Anistia, de 1979.
O delegado atuava no Dops-SP (Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo), órgão de repressão a opositores do regime ditatorial. Na denúncia, os procuradores da República Ana Leticia Absy e Anderson Vagner Góis dos Santos pedem que a Justiça reconheça três agravantes na suposta ação do delegado: emprego de tortura, abuso de autoridade e abuso de poder. Também solicitam o cancelamento de sua aposentadoria.
De acordo com a denúncia, a prisão do camponês foi registrada oficialmente apenas em 18 de novembro, e somente em 5 de dezembro um advogado pôde visitá-lo. Os procuradores também citam a participação dos então delegados Romeu Tuma e Sérgio Paranhos Fleury no caso, mas ambos já morreram.
Manoel Conceiç&a...

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