Raul Colcher, que é engenheiro e membro sênior do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), recentemente falou sobre mobilidade e tecnologia no Brasil à Agência Efe.
De acordo com ele, o debate sobre uso inteligente das tecnologias integrado com mobilidade urbana para definirem cidades inteligentes no mundo é também desafio das metrópoles brasileiras, que para alcançar esse patamar precisarão além de infraestrutura e investimento, mais criatividade, mudança de hábito e sistemas de transportes facilitadores do dia a dia.
Ele também destaca que a mobilidade urbana é um dos vetores mais importantes, especialmente nas grandes metrópoles, já que os deslocamentos das pessoas e das cargas é um problema muito sério no Brasil. Para o especialista, é uma “agressão à qualidade de vida” o fato de que as pessoas levam cerca de 1h30 de deslocamento médio diário.
Atualmente, o tempo médio para deslocamento em nove regiões metropolitanas no Brasil é de 82 minutos, que, convertidos em horas de trabalho, representariam cerca de R$ 300 bilhões/ano, ou 7,3% do PIB brasileiro, segundo o Instituto Akatu.
Para Colcher uma das alternativas para otimizar o funcionamento de uma cidade, por exemplo, é integrar tecnologias de informação e comunicação como Big Data, servidores virtuais, computação em nuvem para reduzir as necessidades de movimentação de pessoas no ambiente urbano.
As tecnologias de informação e comunicação, aplicativos e sistemas integrados são maneiras de melhorar “segurança, desempenho nos deslocamentos e diminuir investimentos massivos”.
Para ele, a ciclovia é uma alternativa mundial, mas precisa ter um programa integrado para promover a ação e o hábito cultural de usar as bicicletas em curtas e médias distâncias, que pode ser apoiado com o uso de aplicativos para aluguel do meio de transporte.
“As cidades precisam se tornar mais amigáveis, com informações precisas sobre o transporte público, por exemplo, além da prioridade ser do pedestre”, explicou.
Ele afirmou ainda que as soluções de tecnologia de informação são relevantes, mas sozinhas não resolvem o problema e que em cada metrópole existem necessidades regionais que servirão para adaptação e criação de soluções próprias.
“Uma cidade inteligente é aquela que contribui para o bem estar dos cidadãos e que usam recursos de tecnologia para promover esse ambiente, de mobilidade urbana boa, sustentabilidade, recursos, se sintam bem em morar na cidade”, reiterou à Efe.
Várias das ferramentas que podem ajudar no quesito mobilidade estão associadas ao fenômeno da internet das coisas, que representa uma transformação das experiências tradicionais do usuário-cidadão.
Uma das práticas destacadas por Colcher é o uso de visualização georreferenciada do tráfego urbano em tempo real para facilitar a decisão da pessoa de ir, trocar de caminho, além de tornar mais eficiente o planejamento e gestão de recursos de infraestrutura, serviços, segurança pública, planejamento imobiliário e urbano em geral.
Ele também citou aplicativos como o Waze, pelo qual os usuários colaboram e usam informações em tempo real sobre tráfego; equipamentos de sinalização em paradas de ônibus ou estações, e aplicativos que informam o tempo de espera até o próximo veículo, além dos sistemas inteligentes para a cobrança de passagens.
Ele também citou aplicativos como o Waze, pelo qual os usuários colaboram e usam informações em tempo real sobre tráfego; equipamentos de sinalização em paradas de ônibus ou estações, e aplicativos que informam o tempo de espera até o próximo veículo, além dos sistemas inteligentes para a cobrança de passagens.